O escritório holandês MVRDV foi selecionado para liderar o projeto do Parque da Refinaria de Hangzhou, uma iniciativa que visa transformar o antigo distrito industrial em um centro cultural envolvido por vegetação. O parque contará com um novo museu de arte e ciência, escritórios, estabelecimentos comerciais e uma ampla variedade de ofertas culturais. Servirá de exemplo como uma possibilidade de caminho a seguir, transformando um antigo equipamento da indústria do petróleo em um espaço que visa a sustentabilidade, sem perder contato com a memória e tecnologias do passado. O parque fica ao lado da extremidade sul do Grande Canal da China, o canal artificial mais longo e um dos mais antigos do mundo, criado para fortalecer as conexões econômicas entre o norte e o sul do país.
O terreno com cerca de 18 hectares, anteriormente ocupado por uma refinaria de petróleo, representa um desenvolvimento típico do Grande Canal. Após o encerramento da fábrica, várias estruturas foram demolidas, mas alguns grandes edifícios da refinaria e tambores de armazenamento de petróleo permaneceram no local. A intervenção da MVRDV, desenvolvida em colaboração com a Openfabric, pretende demonstrar o potencial das transformações industriais em culturais. Para enfatizar ainda mais esta transição dos combustíveis fósseis para a energia sustentável, o parque integra também um grande número de fontes de energia renováveis.
Um novo Centro de arte, ciência e tecnologia foi projetado para se tornar a nova peça central do parque. A sua forma cilíndrica é inspirada nos silos que outrora definiram a imagem do local. A complexa forma interior abriga uma sala de exposições circular e uma série de caixas retangulares com estúdios dos artistas, escritórios e espaços comerciais. Uma série de terraços conectados por pontes cria um ambiente dinâmico onde podem ocorrer performances, instalações de grande escala e eventos. A fachada permeável permite que a brisa penetre na estrutura, enquanto o espaço interior é aquecido e resfriado passivamente. O revestimento de LED também transforma a fachada em um meio de comunicação social, enquanto os pontos fotovoltaicos na fachada, concebidos com uma abordagem paramétrica para maximizar a exposição à luz solar, geram energia para o museu.
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A Bienal Van Gogh Homeland selecciona Winy Maas, do MVRDV, como o seu primeiro curadorNo restante do parque, as estruturas existentes são mantidas e adaptadas para se tornarem escritórios ou espaços comerciais. Novas estruturas também são introduzidas, mantendo as mesmas dimensões das existentes, mas construídas com vidro e focos fotovoltaicos semelhantes à fachada do museu. Um conjunto de novos edifícios de escritórios está previsto para o lado sudeste do parque, completando a imagem do plano diretor.
Como planeta, sabemos que precisamos abandonar o petróleo em grande escala. Mas isso levanta a questão: o que devemos fazer com toda esta infraestrutura que foi criada? De alguma forma, é simultaneamente tentador romper com a história e romântico imaginar um futuro em que construímos sobre as ruínas do passado. Com este projeto, fazemos as duas coisas: incorporamos as antigas estruturas industriais, enquanto os novos elementos construídos - que se distinguem claramente dos antigos - nos mostram um futuro melhor e mais sustentável. Os velhos "fósseis" transformam-se em tambores energéticos. - Winy Maas, sócio fundador do MVRDV
O parque foi projetado para se tornar neutro em energia em operação e contribuir com a geração de energia para a rede, transformando as superfícies regulares dos edifícios em geradores de energia. As torres da refinaria também estão integradas na paisagem do parque, enquanto os muitos silos em vários estados de degradação são reintegrados de várias formas, alguns reconstruídos, transformados ou apenas relembrados por círculos no pavimento onde originalmente se encontravam.
Os elementos naturais do parque são concebidos como uma floresta paramétrica, com critérios como a contribuição de uma espécie para o sombreamento do entorno, a produção de alimentos ou a biodiversidade determinando algoritmicamente sua inserção na paisagem florestal do parque; uma nova simbiose. Sócio fundador do MVRDV, Winy Maas
Na mesma linha, a MVRDV também ganhou recentemente um concurso para a concepção do Innovation Park Artificial Intelligence Campus (IPAI) em Heilbronn, Alemanha, com o objetivo de criar um local de pesquisa líder mundial para o desenvolvimento de tecnologias de IA. Em Nijmegen, Holanda, a MVRDV também lidera a concepção do plano diretor do Campus Noviotech, um projeto que visa reduzir a pegada de carbono da intervenção através da integração dos edifícios existentes no local. O escritório sediado em Roterdã recebeu também a aprovação para seu primeiro projeto no Uruguai, um edifício residencial de 15 pavimentos em Montevidéu.
